segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Como planejar uma Volta ao Mundo - Parte 03


A primeira coisa que influencia na preparação de uma mala de volta ao mundo, está relacionada ao período em que vamos viajar. É exatamente por esse motivo que uma viagem de 9 meses entre verões e primaveras é desejável : roupas de calor sempre ocupam menos espaço que roupas de frio!!
Outra coisa é o tipo de equipamento a ser levado, que deve ser prático e fácil de se carregar, além de não poder ser muito pesado (o limite de bagagem na maioria dos vôos é de 1 mala por pessoa, até 20 Kg) e, obviamente, ter espaço. Sendo assim, se você não tem sérios problemas de coluna, leve um mochilão!! Eles são fáceis de transportar, espaçosos e não despertam tanto interesse de oficiais de alfândega e gatunos, quanto àquelas gigantescas malas de rodinhas.
Tá, então eu vou na época de calor, de mochilão... mas são nove meses, o que eu faço, que roupas eu levo?? Bom, a resposta definitiva só poderemos dar daqui 9 meses mas, lendo diversos relatos e usando um pouco o bom senso, decidimos algumas coisas :
1) Obrigatoriamente iremos comprar roupas durante a viagem, é impossível não fazê-lo. Sendo assim, levaremos apenas itens mais velhos, usados e de acordo com o clima dos países que iremos visitar nos 2-3 primeiros meses, quando pretendemos começar uma renovação de "guarda-roupa". Após uso exaustivo e algumas lavagens, lixo para elas!
2) Não tem jeito, todos nós temos a nossa vaidade mas em uma volta ao mundo não dá para andar bem arrumado, nem "na moda". Repetir roupas é obrigação!!
3) Por mais que encontremos objetos e bugigangas muito legais, que iriam ficar ótimos na parede ou na mesa de casa, exercitaremos o desapego... na mala, nada entra!!
Malas prontas, agora é só completar os demais itens de primeira necessidade, como produtos de higiene pessoal e medicamentos. A regra é, tudo que pode ser comprado fora, será!! Na mala, nada de shampoo, condicionador, cremes... o que for necessário será comprado nos destinos! O que não tem jeito, como medicamentos de uso contínuo ou que exigem prescrição médica, devem ser estocados e colocados na bagagem. Antibióticos, analgésicos, anti-inflamatórios, anti-histamínicos, curativos, enfim, tudo o que pode ser necessário deverá ser levado, com as respectivas prescrições.

 
Mas está faltando alguma coisa... o dinheiro, claro!! Existem vários meios para se transportar dinheiro suficiente para uma viagem tão longa. Vou numerá-los aqui, com suas vantagens e desvantagens :
1) Dinheiro em espécie : O modo mais fácil e em que se perde menos no câmbio. Contudo, ficar nove meses carregando uma bolada, sempre colada ao corpo, não é nada seguro e gera muito desconforto e estresse. Além disso, o limite máximo por pessoa é de 10 mil dólares, o que é insuficiente para 9 meses de viagem. Vamos levar em espécie, é importante, mas será uma quantidade pequena.

2) Cartão de crédito : É o menos vantajoso de todos, pelo câmbio cobrado pelas operadoras, sempre desfavorável, e o bendito do IOF de 6,38%. Contudo, é solicitado como garantia em várias reservas de hotéis ou aluguel de carros. Use o mínimo possível.

3) Traveller check : Antigamente muito utilizado, hoje quase caiu em desuso. São poucos os locais que trocam e o câmbio normalmente não é bom. Não levaremos nessa viagem.

4) Cartão de débito internacional : É o seu cartão de banco habilitado para débito no exterior. Ao sacar dinheiro você paga uma taxa fixa e o IOF de 0,38% e o valor é debitado diretamente de sua conta corrente. Nunca usei, vou testar esse sistema pela primeira vez, mas parece ser bom

5) Cartões Travel Money : Funcionam como cartões de débito ou crédito recarregáveis. Você "abastece" o cartão com um valor em dólar ou euro (hoje já existem cartões multi-moedas) e pode usá-lo para sacar dinheiro em ATMs ou como cartão de débito em qualquer canto do mundo. São muito práticos mas têm o câmbio mais desfavorável. Vai ser nosso principal meio de transporte de valores.


Em relação ao travel money, cabe aqui uma observação, que só descobri quando precisei usar valores maiores deste serviço. Esse tipo de cartão não tem limite de carga, mas você só pode carregar até 10 mil reais a cada seis meses, em espécie. A partir desse valor, você precisa deixar a sua declaração de imposto de renda na casa de câmbio e só é permitida transação feita através de TED ou débito em conta corrente. Isso atrasou um pouco os planos... fica aqui o alerta.
Outros detalhes "financeiros" que nos damos conta quando precisamos efetuar uma série de transações internacionais estão relacionados aos impostos que pagamos, especialmente o bendito IOF. Fique atento, em qualquer compra de passagem aérea feita em site de companhia aérea estrangeira ou hospedada fora do Brasil, você será agraciado com um acréscimo de 6,38% no valor pago...agora imagina isso multiplicado por 50 passagens... Sendo assim, recomendo, sempre que possível, comprar passagens em agências de turismo nacionais; mesmo que saia um pouco mais cara, normalmente o valor não é maior que o acréscimo do IOF... faça as contas! Outra dica, sempre que possível, faça transferência de valores, a carga tributária normalmente é menor.
Bom, é isso! Logicamente existem muitas outras coisas a se preocupar : levar ou não guias de viagem? Levar notebook ou ipad? E os vistos (se quiser mais detalhes dê uma olhada na página vistos e burocracias)? Mas acho que o "macro" de uma volta ao mundo está aí! Como você pode notar, dá trabalho, mas não é nada impossível... sendo assim, vamos nessa??


2 comentários:

  1. Juliano e Patrícia,

    Eu estou morando na Australia e fiz o teste de todas as formas de sacar dinheiro no exterior. Acabei de voltar do Japão e também testei pra ver se o negócio era só aqui na Australia. Pela minha experiência, e também da minha família que viaja bastante, a melhor forma de sacar no exterior é sem dúvida o débito internacional. Nos caixas eletronicos em inglês vocês devem optar pela opção CHEQUE. Eu usei esse travel and money que parece ser ótimo mas no final é uma roubada. Em todo saque em uma moeda diferente daquela do cartão é cobrada uma taxa de 4%. O débito internacional tem junto com o crédito a melhor taxa de conversão, só que uma taxa menor.
    Abraço e boa viagem
    Henrique Togashi

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    1. Olá Henrique!
      Quanto tempo hein? Pois é, concordo com você!! O travel money tem uma taxa de conversão ruim e cobra 2,5 dólares toda vez que sacamos... mas como os nossos queridos bancos e respectivos gerentes não primam pela competência e nossa viagem vai durar nove meses, ficamos com medo de confiar só no débito internacional e não levar outras formas de dinheiro... Uma vez habilitei meu cartão para débito intermacional, fui usar na argentina e...surpresa, não funcionou! Se eu não tivesse uns dólares de emergência estava encrencado! Mas valeu pelas dicas, afinal se tem alguém que eu conheço que é um globetrotter, é você, hehehe!
      Abraços!!

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