segunda-feira, 28 de julho de 2014

Índia : Agra, muito além do Taj Mahal!


E finalmente, após mais 12 duras e intermináveis horas de trem, chegamos ao nosso principal objetivo nesta viagem à Índia : conhecer o Taj Mahal! Mas Agra (a cidade onde fica o monumento) não é só a sede do mais famoso mausoléu do planeta, a cidade tem muitos outros belos templos e a imponente Fortaleza Vermelha. A cidade mais turística do país foi realmente uma boa surpresa e não nos decepcionou!

Bom, comecemos logo pelo principal. Desde que planejamos a volta ao mundo, a Índia entrou em nossos planos desde o princípio e a razão para isto era, principalmente, uma das 7 maravilhas do mundo moderno, o Taj Mahal! A história dele já é bem conhecida, mas a "versão" que ouvimos não foi tão romântica assim. O tal rei, chamado Shah Jahan, realmente construiu o mausoléu em homenagem à sua amada esposa Mumtaz Mahal... a preferida (segundo consta) das suas 3 esposas na época (depois desta teve ainda mais seis...).

Mumtaz Mahal (este na verdade não era seu nome, era apenas um apelido, que quer dizer "joia do palácio") estava grávida de seu décimo quarto filho quando o rei resolveu partir em uma aventura (dizem as más línguas, amorosa...) e, mesmo sabendo que sua esposa estava muito doente pela gravidez, decidiu não retornar naquele momento. Bom, resumindo a novela, Mumtaz morreu durante o parto, sem a presença do rei, o que fez com que ele ficasse louco de remorso e mandasse trazer o melhor arquiteto da Pérsia na época para construir um grande mausoléu em mármore branco para sua amada... e um em mármore negro para ele, claro, que ficaria do outro lado do rio.

Contudo, o seu mausoléu acabou não sendo construído, já que foi deposto do trono por seus filhos e enclausurado na Fortaleza Vermelha, de onde acompanhou a construção do Taj Mahal pelos mosaicos da janela de seu quarto. Reza a lenda também que o arquiteto do projeto foi "convidado" pelo rei a nunca mais sair do país e não fazer mais nenhum projeto pelo resto de sua vida, em troca de muito dinheiro e mordomias... Não acredito que ele tenha recusado... Mas o complexo do Taj Mahal não é "só" o fantástico mausoléu.

A primeira coisa que vemos, assim que adentramos no complexo, é o grande portão principal de entrada, com sua dúzia de cúpulas e detalhes sempre com a temática da arquitetura islâmica persa, com versos do corão transcritos, assim como acontece na entrada do Taj Mahal, que além destes elementos islâmicos, tem também vários símbolos hindus, mostrando o grande sincretismo que existe no país. Atravessando o portão de entrada há um enorme e muito bem cuidado jardim, completamente simétrico (como tudo por lá, aliás) com grande espelho d'água no meio. No meio do caminho entre o portão e o Taj Mahal, temos dois mausoléus menores, onde estão outras esposas do rei.


Bem ao lado do mausoléu principal, encontramos mais dois imponentes prédios idênticos. Um deles, uma mesquita, o outro, supõem-se que tenha sido uma hospedaria. A diferença entre eles é mínima mas importantíssima : a mesquita tem minarete, o outro prédio, não. O próprio Taj Mahal não é perfeitamente simétrico, já que a tumba do rei não tem o mesmo tamanho que o da sua amada...

Agora chega de Taj Mahal, vamos para a segunda principal atração da cidade, a Fortaleza Vermelha de Agra! Morada de vários e importantes imperadores, é um palácio imponente e belíssimo, repleto de jardins internos completamente simétricos, vários salões e centenas de quartos. Lá pudemos ver os aposentos onde o rei Shah Jahan passou seus últimos dias enquanto via a obra de sua vida sendo construída, do outro lado do rio, por diferentes mosaicos presentes nas belíssimas janelas.

Agra, por ser a mais turística das cidades indianas, tem uma estrutura um pouco melhor que as outras que visitamos, com avenidas mais largas, bons hotéis e um pouco menos de sujeira ou bagunça... mas calma, você ainda está na Índia e as vacas continuam pelas ruas, bem como os tuk tuks e carros sem retrovisor! Aliás, por falar em trânsito maluco, desta vez nosso meio de transporte para a cidade seguinte não foi o trem e sim um ônibus de linha regular indiano... mais uma das "experiências típicas" que nosso guia quis que experimentássemos.

Não vamos dizer que foi uma experiência muito diferente. O ônibus era bem velho e desconfortável, mas até aí, aqui no Brasil, já tive oportunidade de andar em veículos do mesmo "porte". O grande problema foi o que aconteceu quando estávamos próximos ao nosso destino! O local em que o ônibus ia nos deixar ficava do outro lado da rodovia, mas a pista em que viajávamos era separada da outra por uma alta mureta. Ocorre que, em um dado momento, surgiu uma pequena brecha nessa mureta, suficiente para passar um ônibus, e nosso motorista simplesmente passou para a outra pista e, por mais de 30 Km, dirigiu no acostamento, na contra-mão e em alta velocidade, apertando a buzina a cada 2 segundos como se ninguém que estava vindo na direção contrária estivesse nos vendo!! Experiências assustadoras no trânsito indiano não faltaram nesta viagem, mas esta, sem dúvida alguma, ganhou de longe das outras! Enfim, chegamos sãos e salvos em nossa próxima cidade, a pacata vila de Tordi Garh... mas este já é assunto para o próximo post!! Até lá!


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